Ainda no útero materno, antes mesmo de nascermos, nossos pais já escolhem nosso enxoval. Azul ou rosa? Amarelo, quando não se sabe o sexo. Engraçado, para menininhas, rosa. Se machinho, azul. Onde está cartela de cores? Na moda infantil ela existe, mas é bem escassa.
Após colocados no Mundo, nosso órgão genital vai determinar o que vamos usar, nossos comportamentos e nossas vontades. Querendo ou não, essa é uma imposição da sociedade. Meninos não usam saia, não brincam de boneca, nem gostam da cor rosa. Quem será que foi o otário que determinou isso?Enfim, hoje somos em parte obrigados a aceitar tudo isso. Quem diz que não, está mentindo. Não precisamos ir longe. Seja um pouco mais estiloso e desperte a atenção de muitos. Use determinadas peças e seja taxado de gay. Há muitos que não estão nem aí, concordo. Mas do mesmo jeito são vítimas do meio em que se encontram.
Convenhamos, é bem mais fácil estar nem aí para o que pensam de ti em grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Nova Yorque ou Tóquio, onde a vizinha da esquina não cuida da sua vida e onde as transformações sociais ebulem mais rapidamente.O certo é que o século XXI vem marcando uma nova tendência. É uma nova tendência sexual que está refletindo cada vez mais no jeito de pensar, no modo de agir e consequentemente na moda. Novos gêneros de pessoas estão sendo aceitos. A cada dia ouvimos falar mais em androginia. Não apenas falar, mas estamos vendo que as passarelas cada vez mais estão sendo conquistadas por essas pessoas.
Não estagnada às mudanças da sua época, a moda mundial volta-se para uma nova tendência, a moda unissex.
Tudo começou com as celebridades. Homens e mulheres usando as peças de seus companheiros e vice e versa, a exemplo das famosas calças boyfriends, nascidas da calça do parceiro. Como se tratavam de pessoas formadoras de opinião, ninguém torceu o nariz. Nem mesmo pensou: “Ah, é coisa de gay ou lésbica”.
Desde então, blogueiros, trendesetters e fashionistas vêm defendendo que peças femininas possam ser incorporadas ao guarda-roupa masculino. Calças legging (as famosas meggings), lenços, faixas etc. aos poucos estão sendo usadas pelo público masculino.
Embora isso existisse de fato, ainda não era coisa de poucos para poucos. Nem todos têm coragem nem personalidade para isso.
Gostem ou não, agora a moda vem explicitamente com uma nova proposta. E uma proposta que promete ficar. É a chamada moda unissex.
Peças de tecidos leves, neutras, com caimento ajustado ao corpo. Essa é uma proposta incipiente de moda unissex. Já é um começo. E é o começo da quebra de mais uma barreira. A barreira da existência dois sexos. A quebra de estigma de valores. Por que necessariamente temos que ser um ou outro e não ser os dois?
A britânica Gender Bender Selfbridges lança essa experiência. Já pensou chegar a grandes lojas, multimarcas e fast fashions e poder experimentar a mesma blusa que sua namorada? Ou ter um casaco igual ao da sua mãe?
Pois é, esse é o futuro. Creio que ainda estamos distantes disso aqui no Brasil. Mas é bom se preparar, pois uma hora vai chegar aqui.
Com peças unissex, de rosa ou de saia, você não é o que você veste e sim, você faz a roupa.
Temos ainda a falsa ideia de que somos o que vestimos. Erro crasso da imensa maioria, a peça nada mais que é um pedaço de tecido que sem um determinado significado não passa do mesmo pedaço de tecido.
Ainda é cedo para emitirmos muitas opiniões. È assunto para muita polêmica. Mas é bom estar preparado ou mesmo conhecer o que está acontecendo, por isso não deixe de ver a nossa coleção da Gender Bender Selfbridges. Daqui um tempo a gente conversa novamente.
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